quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

February 2nd, 2011.

Sabe aqueles penhascos de rochas que tem um mar violento, brutal embaixo? Aqueles dos quais você sabe que, se cair, vai ter uma morte no mínimo fodidamente dolorosa? Mas que mesmo assim, carregam uma energia que te puxa para a beirada, te leva até a ponta para que você possa sentir o vento que bate no seu rosto e que, naquela região, também tem uma força quase invisivelmente esmagadora, para que você possa sentir a adrenalina correndo em suas veias como uma droga, bombeando seu coração mais rápido do que o normal e te levando à loucura do êxtase? Sabe, aqueles que você imagina como são? Eu imagino. Uma de minhas relizações seria ir em um lugar desses. Sozinha. Eu queria poder sentir como se fosse a única no mundo, nem que por apenas alguns instantes. Sentir aquela rara conexão entre eu e o mundo, a natureza, a forma mais pura de qualquer coisa que exista lá fora. A origem de tudo. E só. Nada mais, ninguém mais. Deve ser a melhor sensação do mundo. Respirar o mais fundo que você jamais respirará na sua vida, tentando absorver todo o ar à sua volta na inocente esperança de conseguir absorver tudo aquilo que você vê e sente naquele momento junto. Aquele momento em que você pensa "Como eu queria que meus olhos pudessem fotografar". Ou mais do que fotografar, de alguma forma, memorizar o cheiro do momento. O toque do vento. As sensações. Tudo que passa pela sua cabeça. E a morte fodidamente dolorosa? A queda? Você sabe que será ruim e que nunca sofrerá de um força bruta como essa se cair, mas ao mesmo tempo não parece tão ruim, não é? Queda livre. Você se sentiria verdadeiramente livre de tudo e todos. Seria a primeira vez na vida que, DE VERDADE, você saberia o que liberdade significa. Seria uma morte violenta, mas também poética, porque todo ato de brutalidade leva consigo uma gota de poesia.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

February 1st, 2011.

Hoje é o dia em que você conhecerá meu outro "eu"; meu segundo heterônimo, a kryptonita da Liana. Sim, o outro lado. Hoje, eu sou a metade que se importa. Eu sou a que, lá no fundo, precisa que outras pessoas se importem com ela. Eu sou... Alma. A alma. Eu sou o que falta na outra metade, o que traz essas duas partes em uma só, construindo o que as pessoas conhecem como Juliana.

Eu gosto mais da Liana.

Alma é sentimental. Ela precisa do amor de outras pessoas. Alma precisa, precisa, precisa... Liana não. De nada. Ela é auto suficiente, por isso eu preferiria ser Liana todo o tempo. Ela não precisa saber o que as outras pessoas pensam dela. Ela é determinada, ela tem o que precisa para sobreviver. Ela não desiste fácil. Liana é forte. Na verdade, ela só é tão forte porque ela roubou toda a força da Alma e uniu-a à sua. Alma não consegue se defender. Ela só chorou, chorou, chorou.

Foda-se.

Sabe, ela pode ser "fofinha" e o caralho à quatro - às vezes, até mesmo divertida -, mas eu quero que ela apareça apenas quando eu mandar. Ela obedece? Não, senhor. Nem mesmo isso ela consegue fazer. Eu disse, "Apareça quando estiver tudo bem. Apareça quando eu não tiver que ser tão forte, então você pode brincar, ser feliz e toda essa merda."
Mas ela sempre vem nos dias ruins. Ela é teimosa. Eu a odeio. Eu poderia ser eu se ela não existisse? O que eu sou não odiaria o que eu me tornaria? Perguntas, perguntas. Tanto faz. Enfim, esquecendo o fato de que eu a desprezo, deixe-a dizer o que ela veio aqui dizer. Como eu, ela tem todo o direito de se expressar livremente. Então aqui está:

[...] Então, estou sozinha. Se algo legal acontecesse comigo, eu não teria pra quem ligar pra contar. Eu gostaria de um abraço, às vezes. Não, eu não gosto de muito contato físico, mas, sabe, de vez em quando, não é tão ruim - quando você abraça alguém que você realmente conhece (ou, ao menos, pensa que conhece. Nunca dá pra ter certeza) -. Eu realmente odeio tocar em pessoas que eu mal conheço. Pessoas que acham que são próximas o suficiente depois de falar comigo por duas horas e querem me abraçar, ou ficar perto demais, invadindo a minha zona de espeço pessoal. NÃO. Tá errado! Não me toque ao menos que eu deixe! Se eu te abraçar, tudo bem. As pessoas precisam ficar mais atentas aos sinais físicos que os outros passam. Se você tentar chegar perto e eu recuar, se liga! Fique longe. Acredite, é melhor pra você.