quarta-feira, 30 de maio de 2012

"Estamos todos sentenciados ao confinamento solitário dentro de nossas próprias peles, para o resto da vida."

- Tennessee Williams

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Uma verdade: metade das coisas que digo é mentira. A outra metade tem 75% de chance de ser também.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Eu me sinto tão descartável.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

E então, com os olhos avermelhados, as bochechas rosadas e úmidas, os pulmões movendo-se em espasmos devido aos soluços, ele olhou para mim. Aquele tipo de olhar que entrega tudo, que te deixa transparente e o mais vulnerável possível. Eu podia enxergar todas as suas dores, mágoas, decepções. Era como se ele fosse um filhote abandonado, frágil e com medo. Entre os soluços, com os olhos ainda fixados em mim, ele me fez uma pergunta. "Quando foi que o mundo se tornou tão frio?"
Eu desviei o olhar, desconfortável por saber que eu não tinha uma boa resposta para aquilo. Quando foi que o mundo se tornou tão frio? Quando foi que as pessoas começaram a adorar objetos e usar pessoas? Quando foi que o ser humano passou a ter um valor tão baixo, digno de pena, inúmeras almas tornando-se nada além de objetos irrelevantes? Quando foi que se tornou comum pessoas matarem umas às outras, machucá-las, quebrá-las como se fossem um brinquedo? Eu não conseguia me lembrar de quando as coisas mudaram ao ponto de se tornarem vãs, descartáveis.
"Eu não sei," respondi sinceramente. Abaixei os olhos, fitando o chão e balancei os ombros de forma despreocupada. "Já estava assim quando eu cheguei."

terça-feira, 8 de maio de 2012

Ter as mãos trituradas, ossos expostamente quebrados, olhos arrancados e um banho de álcool após uma sessão de cortes profundos me parece mais agradável do que viver.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Vivendo em segundo plano.

Sou sempre aquela que fica de lado, guardada pra depois, a coadjuvante. Não sou importante, nem memorável, nem relevante. Não sou ninguém. Não sou nada, não sirvo pra nada. Ninguém precisa de mim, ninguém necessita da minha presença, da minha existência, do meu respirar. E é aí que eu começo a me perguntar: pra que eu existo, só pra decorar? Um plano de fundo, esquecida do mundo.

Se é só pra decoração, segunda opção, estepe pra prevenção, pra quê existir, sentir, ferir e ser ferida? Dor ardida, bizarra, maldita, macabra. Ego ferido, desespero sentido, mente fodida e alma vulneravelmente despida.

Melodramática, sistemática, automática. Atormentada, desesperada, acabada. Morta, viva, tanto faz. Minha felicidade que nunca existiu, aqui jaz. Tenho medos, segredos, tormentos, pretextos. A mania de reconhecer meus defeitos, mas nunca concertá-los. Apenas abafá-los, calá-los, enterrá-los.

Escondo-me, ignoro-me, desfolo-me. Uso a tristeza como combustível, o desespero como fusível. Sou meu pior inimigo, mas meu ombro amigo, porque sei que posso contar só comigo. É difícil aceitar, mas nos momentos mais importantes, relevantes, instigantes, estamos sempre sozinhos. Tanto ao nascer quanto ao morrer. Como um moinho, girando sozinho, sem nenhum vizinho. Sozinhos, aflitos, perdidos.

Se estou sozinha, pra quê me preocupar? Eu posso passar uma faca na jugular, sofrer um acidente veicular, cortar-me e deixar sangrar. Nada como deixar a vida (ou a morte, caso seja mais forte) nos levar. Não vale a pena sofrer, doer, remoer, viver. É só deixar acontecer, esperar pra ver.
O que você deve entender sobre mim é que sou uma pessoa profundamente infeliz. Eu não desejo a morte, porém, igualmente não desejo a vida. O que eu quero é algo inexistente, surreal, imaginário. Dormir o tempo inteiro, ter os meus dias dominados por sonhos e pesadelos que nada mais são além disso, criações da mente. O que é real não me serve, não combina, não dá certo. Eu clamo o inexistente como forma de existência.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Quando começo a abrir espaço na minha vida para as pessoas, elas chegam só pra avisar que estão indo embora. Ou, na maioria das vezes, nem avisam.

Talvez seja porque eu demoro demais pra deixá-las entrar e elas acabam perdendo o interesse, ou simplesmente porque eu não sou nada interessante. Não saber a razão está me deixando louca.