segunda-feira, 23 de abril de 2012

Fantasmas do passado.

Fazia muito tempo que eu não pensava em você. Meses. Eu não me atreveria a dizer anos, porque sei que não seria capaz de te manter longe da minha memória por tanto tempo. Eu sinto a sua falta. Sei que não deveria, que você provavelmente nem se lembra mais de mim, mas você se tornou uma parte de mim há muito tempo. Você. Você. Você. Puta merda, você.
Por que você sempre tem que voltar? Por que você ainda existe na minha memória? Puta merda. Eu me sinto ridícula e me repreendo quando me pego pensando em você. Onde será você está agora?, eu penso. Será que eu ainda poderia entrar em contato com você? Você se lembraria de mim? É claro que sim. Sim. Você se lembraria de mim. Eu sei que sim, não dá pra esquecer os anos e tudo o que passamos assim tão facilmente. Você se lembra. Acho que a pergunta mais importante é, você ainda pensa em mim como eu penso em você? Você fica relembrando nossas conversas, as coisas idiotas que falávamos um pro outro, nossas risadas...? Você se pergunta onde estaríamos hoje se as coisas estivessem ao nosso favor?
Eu te amei. Não sei dizer se ainda te amo. Acho que uma parte de mim vai continuar a se lembrar de você por algum tempo, ainda. Apesar de tudo, eu não estou pronta pra te esquecer. Lembrar-me de você dói, mas também mantém meu coração aquecido e ele bate mais forte, confesso. Fico me lembrando dos seus olhos, lindos olhos, azuis como o fundo do oceano e igualmente misteriosos; fico me lembrando de quando você me chamava de "morena", de quando você me contava as suas histórias e de como você venceu uma competição entre bandas, mesmo que você estivesse me contando pela quinta vez. Eu gostava de te ouvir. Eu gostava de você. Eu gostava de você?
Talvez. Não sei mais. A minha racionalidade sempre me disse que era estúpido gostar de alguém que nos causa dor. Eu sabia que era errado, que eu não deveria. Mas mesmo assim, pus a razão de lado e deixei-me levar uma só vez. Foi o suficiente para eu aprender. Eu me fechei, tornei-me reclusa e é culpa sua. Talvez eu não tenha te amado tanto quanto pensei, mas a dor que eu senti foi o bastante pra me fazer enxergar, pra me fazer entender que gostar das pessoas causa dor. As pessoas vão te abandonar, te decepcionar e não há nada, absolutamente nada que possamos fazer pra mudar isso, exceto tornarmo-nos reclusos. E essa foi a minha escolha. Eu escolhi esconder tudo de bom em mim, mastigar a minha alma e cuspi-la como se fosse lixo, porque ela não me era mais útil. Ela não me trazia nada além de sofrimento. Você não me trazia nada além de sofrimento.
Às vezes eu penso que eu também devo ter lhe causado dor, que algumas vezes eu errei e fiz coisas que te magoaram. Mas elas te magoaram mesmo? Você sequer se importava o bastante para deixar-se se magoar? Eu não sei a resposta para nenhuma dessas perguntas que me assombram, e como elas me assombram. Eu queria poder obter as respostas, mesmo que em nome da curiosidade, apenas. Eu queria poder falar com você de novo. Queria poder voltar no tempo e fazer as coisas de uma forma diferente.
Mas que merda, você! Eu quero te esquecer. Não quero mais pensar em você... Um dia eu ainda esquecerei seu nome. Esquecerei tudo sobre você, tudo o que você me disse e o que eu sentia ao simplesmente falar com você. Essa abstinência vai passar, ela tem que passar. Por mais que algo ou alguém seja grande, sua abstinência não pode durar tanto tempo assim. E não vai durar tanto tempo assim. Eu não te quero mais me assombrando, me puxando de volta para reviver o passado. De ti, nada mais quero além de distância não só física, mas também mental.
Suma da minha mente, Jimmy. Suma da minha mente, agora! Saia e não volte mais. Não se esqueça de fechar a porta ao sair, você não é mais bem vindo aqui.

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